A concessionária de energia Enel foi multada em R$ 225 mil pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói após provocar a destruição de 18 árvores em um único quarteirão da cidade. A ação, que a empresa classificou como uma "poda técnica", foi duramente criticada por ambientalistas e considerada um grave atentado ao patrimônio natural urbano.
A denúncia partiu da Comissão do Ambiente e Direitos dos Animais, presidida por Daniel Marques, que esteve no local junto à equipe técnica e encaminhou um relatório à Prefeitura. O documento apontou que o procedimento realizado comprometeu de forma irreversível a saúde das árvores, que precisaram ser removidas.
“O que a Enel chamou de poda, nós chamamos de assassinato de árvores. Isso é mais que uma simples falha, é uma agressão ao meio ambiente e à qualidade de vida da população”, declarou Daniel Marques. “A multa de R$ 225 mil é inédita e representa um marco na responsabilização de grandes empresas que desrespeitam a natureza.”
A Comissão também ressaltou que a destruição das árvores não apenas comprometeu a paisagem urbana e o microclima local, mas feriu diretamente princípios ambientais consagrados, como o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no artigo 225 da Constituição Federal.
A Prefeitura, ao acolher a denúncia e aplicar a multa, sinaliza um avanço na fiscalização ambiental urbana e reforça que ações predatórias não passarão impunes. Segundo Daniel Marques, esse valor simbólico carrega um importante recado à sociedade:
“Esse valor envia uma mensagem clara de que destruir árvores terá consequências legais. Nossa cidade não pode mais tolerar esse tipo de postura irresponsável.”
Em nota, a Comissão do Ambiente e Direitos dos Animais reafirmou seu compromisso com a fiscalização ativa e a denúncia de práticas lesivas ao meio ambiente e ao bem-estar da população. O grupo defende que as podas sejam realizadas apenas por profissionais qualificados, com orientação técnica adequada e respeito à vegetação nativa.
“Fazemos um apelo para que Niterói invista em soluções sustentáveis, como o enterramento da fiação elétrica e o plantio de árvores apropriadas para o espaço urbano. As árvores não são obstáculos — são aliadas da vida urbana”, finaliza o comunicado da Comissão.
Repercussão e debate público
O caso reacende o debate sobre a responsabilidade das concessionárias de energia em relação ao meio ambiente e levanta questionamentos sobre os limites de intervenção em áreas verdes urbanas. Cidadãos e organizações ambientais passaram a exigir maior transparência nos protocolos de poda e critérios técnicos adotados pelas empresas, além de medidas compensatórias mais efetivas.
A Enel, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a multa. Espera-se que o episódio leve à revisão dos procedimentos operacionais da companhia e ao reforço de práticas mais sustentáveis e menos agressivas em suas ações de manutenção urbana.
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