Maricá no Centro da Disputa pelo Futuro do PT

Com a força política de Maricá como trunfo, Washington Quaquá desafia a liderança histórica de Lula e ameaça redesenhar o mapa de poder do PT, acirrando disputas internas e provocando um choque de forças na legenda.

O Partido dos Trabalhadores (PT) vive momentos de tensão, especialmente no Rio de Janeiro, onde as disputas internas revelam profundas divisões. No epicentro dessa turbulência está Washington Quaquá, prefeito de Maricá, que não apenas tenta emplacar seu filho, Diego Zeidan, na presidência estadual da sigla, mas também lançou sua candidatura ao comando nacional do PT, em claro confronto com o candidato apoiado pelo presidente Lula.

Esse movimento de Quaquá sinaliza uma possível transição de protagonismo político, desafiando o predomínio tradicional do lulismo e apontando para um novo ciclo no partido. Ao colocar Maricá como modelo para o futuro do PT, Quaquá busca transformar sua cidade em uma referência de poder partidário, questionando as estruturas convencionais da legenda.

No Rio, o embate entre Diego Zeidan e o deputado federal Reimont escancara essa divisão. Reimont conta com o apoio de figuras tradicionais como Lindbergh Farias, Anielle Franco e André Ceciliano, mas enfrenta a força crescente de Zeidan, que surge como o rosto de um novo projeto impulsionado por Quaquá.

Além disso, a ausência do ex-prefeito Fabiano Horta, que comandou Maricá por dois mandatos e é visto como uma figura importante na política local, traz ainda mais incertezas para o resultado dessa disputa.

Mais do que uma simples eleição interna, o que está em jogo é o futuro do PT. De um lado, a defesa da continuidade do legado de Lula; de outro, uma proposta de renovação, liderada por Maricá e articulada por Quaquá, que pode redefinir o rumo do partido e a posição da cidade no cenário político nacional.