Em uma entrevista exclusiva ao podcast Nikit das Antigas, Valéria “Guerreira” e Natália “Granada”, integrantes do Lokas Moto Clube – conhecido como “Loucas com K” –, compartilharam sua trajetória, missão e os bastidores de um dos maiores motoclubes femininos do mundo. Com mais de 3.000 mulheres cadastradas em diversos países, o Lokas se consolida como uma rede de apoio, empoderamento e solidariedade.
Fundado em 15 de agosto de 2020, o motoclube nasceu do desejo de criar um espaço onde mulheres pudessem se expressar livremente no universo motociclista, até então dominado por grupos mistos, que muitas vezes deixavam as mulheres em segundo plano. “A gente se sentia desconfortável em clubes com homens”, contou Valéria. O nome “Loucas com K” carrega um duplo simbolismo: ao mesmo tempo em que remete à intensidade e ousadia, também se liga à ideia de bem-estar e elevação espiritual, como define Granada: “É o nosso nirvana.”
O Lokas é altamente estruturado, com diretoras regionais, subdivisões por município e regras claras de convivência e participação. “A gente tem reuniões mensais, ações sociais obrigatórias e eventos abertos ao público. Cada integrante tem papel ativo na organização”, explicou Guerreira. O clube opera como uma rede nacional e internacional: quem viaja pode ser acolhida por irmãs em outras cidades ou países, reforçando a dimensão solidária da irmandade.
O coração do Lokas MC está nas ações sociais. Cada divisão realiza pelo menos uma ação por mês, abordando desde doações de alimentos e roupas até acolhimento psicológico para vítimas de violência doméstica. Um dos destaques mencionados na entrevista foi a assistência a quase 20 mulheres vítimas de violência, com apoio do 7º Batalhão da PM de São Gonçalo e mediação de profissionais como a advogada Bruna e a coordenadora Vanessa “Xirra”.
Segundo Natália, “as ações sociais são o ponto alto. Fazemos de coração, com organização e muito comprometimento.” O clube também atua em comunidades carentes, prestando suporte a famílias em situações extremas, como a de um menino com hidrocefalia em Maricá, que recebeu cama, alimentos e móveis doados.
Os apelidos de guerra, como “Granada” e “Guerreira”, são parte da cultura do clube e refletem a identidade de cada integrante. “Cada uma é reconhecida pelo que representa”, disse Granada. As roupas, coletes, luvas, óculos e bandanas também são símbolos de pertencimento e estilo, reforçando a mensagem: mulheres motociclistas são organizadas, solidárias e conscientes.
Além de combater estereótipos – como o de que motociclistas são sujos ou violentos –, o Lokas MC busca oferecer acolhimento, autonomia e independência. O clube também atua com consciência ambiental, trânsito seguro e respeito às diversidades, sem distinção de religião, origem ou condição social.
Para quem deseja conhecer mais ou se juntar ao grupo, basta buscar “MC das Loucas” com K no Instagram e acessar o link de inscrição.
Serviço
Próximo evento: Festa Junina Insanas & Loucas
Data: 14 de junho
Local: QG dos Insanos, Manilha, RJ
Ação Social: 1kg de alimento não perecível
“Loucas com K” é mais do que um clube de motos. É um coletivo que acelera a mudança social onde passa – e sempre com o motor da empatia ligado.”
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