Niterói, RJ - O advogado Rafael Vitorino , 40 anos, é um exemplo de superação na luta pelos direitos das pessoas com autismo.
Diagnosticado com a condição do espectro autista na vida adulta, Rafael enfrentou diversos desafios ao longo da vida, mas jamais desistiu de seus sonhos.
"Eu sempre fui um menino muito curioso e interessado pelo mundo ao meu redor", conta Rafael. "Mas eu também era muito diferente dos outros. Eu tinha dificuldade em me comunicar e interagir socialmente, e isso me causava muita angústia."
Aos 40 anos, Rafael foi diagnosticado com autismo. A notícia foi um choque para ele e sua família, mas também foi um momento de esperança. "Eu finalmente entendi o que estava acontecendo comigo", diz Rafael. "E isso me deu forças para lutar pelos meus direitos."
Aos 18 anos, Rafael fez Faculdade de Educação Física, se formou pois sempre teve interesse em ajudar pessoas com deficiência. Era uma conecção única. Porém lhe faltava algo…ingressou na faculdade de direito. Ele queria se tornar um advogado para ajudar pessoas.
Com autismo veio a enfrentar as dificuldades que ele mesmo havia enfrentado desde criança.
Após se formar, Rafael passou em concurso público e logo começou a trabalhar como auditor fiscal tributário porém como não entendiam que era autista, sofreu represarias, perseguições, bullying o qual comprometeu na época seriamente sua saúde.
Porem, resiliente, pois advocacia não é para covardes, começou a focar no direito. O que chamou a atenção de trabalhar como advogado especializado em direitos das pessoas com deficiência. Ele já defendeu centenas de pessoas com autismo em processos contra planos de saúde, grandes empresas e outros órgãos públicos.
"Eu sempre digo que o meu trabalho de advogar é uma missão", afirma Rafael Vitorino. "Quero ajudar as pessoas com autismo a terem acesso aos direitos e às oportunidades que elas merecem”.
Além do trabalho como advogado, Rafael também é um ativista na luta pelos direitos das pessoas com autismo. Ele ajudou a fundar o Instituto Oceano Azul, uma entidade sem fins lucrativos que atua apoiando autistas e familiares de Niterói.
"O Instituto Oceano Azul é um espaço de acolhimento e inclusão para pessoas com autismo", explica Rafael. "Nós oferecemos diversos serviços, como terapias, oficinas e atividades sociais."
A luta contra os planos de saúde
* Uma das principais bandeiras de Rafael é a luta contra os planos de saúde que negam o tratamento adequado para pessoas com autismo. Ele já defendeu centenas de pessoas em processos contra essas empresas, e conseguiu garantir o acesso ao tratamento para muitas delas.
Os planos de saúde muitas vezes se negam a cobrir tratamentos essenciais para pessoas com autismo", afirma Rafael. "Isso é uma violação dos direitos dessas pessoas."
Rafael também é um crítico da falta de inclusão social para pessoas com autismo em diversas áreas por exemplo a educação, saúde e trabalho. Ele defende que as empresas e o governo devem criar políticas públicas que promovam a inclusão dessas pessoas na sociedade.
O futuro
Rafal acredita que o futuro é promissor para as pessoas com autismo. Ele diz que cada vez mais pessoas estão se conscientizando sobre a condição, e que isso está levando a um aumento da inclusão social.
"Eu acredito que um dia as pessoas com autismo serão plenamente aceitas e incluídas na sociedade", afirma Rafael. "E eu vou continuar lutando para que isso aconteça."
A liminar concedida em uma ação civil pública
Rafael considera extrema importância a liminar concedida em uma ação civil pública movida pelo Instituto Oceano Azul contra a Unimed Rio. A decisão obriga a operadora de planos de saúde a manter o tratamento médico especializado prestado a pacientes com autismo. Está liminar se torna um marco e atinge todas as decisões movidas no Brasil.
"Essa decisão é um marco histórico para as pessoas com autismo", afirma Rafael. "Ela demonstra que os direitos dessas pessoas serão respeitados."
Rafael diz que a decisão é apenas o começo de várias lutas pelo direito das pessoas com deficiência. "Nós vamos continuar trabalhando para garantir que todas as pessoas com autismo tenham acesso aos tratamentos e às oportunidades que elas merecem", afirma.
O diagnóstico de autismo na vida adulta
Rafael conta que foi diagnosticado com autismo na vida adulta, depois de descobrir que seu filho Benjamin também era autista. "Foi um momento de muita angústia", conta Rafael. "Eu me senti perdido e sem saber o que fazer."
Rafael decidiu então se tornar um advogado especializado em direitos das pessoas com deficiência. "Eu queria ajudar outras pessoas que estavam passando pela mesma situação que eu", afirma.
Um exemplo de superação
Rafael diz que quer ser um exemplo de superação e luta pelos direitos das pessoas com autismo para outras famílias. Ele é um ativista dedicado e um exemplo de inspiração para pessoas com autismo de todo o Brasil. Ainda há muito a ser feito para garantir os direitos das pessoas com autismo, mas está determinado a continuar lutando.
"Eu não sou um super-herói", afirma Rafael. "Eu sou apenas um advogado autista que está tentando fazer a diferença na vida das pessoas."
Mín. 22° Máx. 27°
Mín. 22° Máx. 28°
Tempo limpoMín. 22° Máx. 28°
Tempo limpo