Um breve relato histórico dos principais fatos sobre a formação do Estado de Israel está profundamente enraizada em uma série de movimentos sociais, políticos e históricos que datam do final do século XIX e início do século XX. O sionismo, um movimento que promovia o retorno dos judeus à sua pátria histórica em Israel, ganhou força nesse período.
Declaração de Balfour (1917):
A Declaração de Balfour, oficialmente conhecida como "Declaração Balfour de 1917", foi uma comunicação escrita feita pelo Ministro das Relações Exteriores britânico, Arthur James Balfour, para Lord Rothschild, um líder da comunidade judaica britânica, em 2 de novembro de 1917.
A declaração afirmava o apoio do governo britânico à criação de um "lar nacional para o povo judeu" na Palestina, que, na época, fazia parte do Império Otomano. A declaração foi emitida durante a Primeira Guerra Mundial, em um momento em que o Reino Unido e seus aliados estavam buscando apoio internacional, incluindo o dos judeus em várias nações, para seus esforços de guerra.
A Declaração de Balfour teve consequências significativas. Ela é vista como um dos fatores que influenciaram a futura formação do Estado de Israel em 1948. No entanto, também gerou controvérsia, principalmente devido às tensões entre a população judaica e árabe na região, o que levou a conflitos posteriores e ainda influencia as relações na região até os dias atuais.
Aliyahs e Conflito Árabe-Judeu:
As "Aliyahs" referem-se a ondas de imigração judaica para a região da Palestina durante o período do Mandato Britânico (1920-1948). Essas migrações foram um componente crucial na formação da população judaica na Palestina, que eventualmente desempenharia um papel significativo na criação do Estado de Israel em 1948.
Aqui estão algumas das principais Aliyahs e seu contexto:
Primeira Aliyah (1882-1903):
A Primeira Aliyah foi uma onda inicial de imigração judaica para a Palestina, predominantemente da Rússia e da Europa Oriental. Os imigrantes enfrentaram desafios significativos, incluindo condições de vida difíceis e conflitos com as comunidades árabes locais.
Segunda Aliyah (1904-1914):
A Segunda Aliyah foi marcada por um aumento no número de imigrantes, principalmente devido à influência do socialismo sionista. O movimento trabalhista e a criação de comunidades agrícolas coletivas (kibbutzim) foram características distintivas desta Aliyah.
Terceira Aliyah (1919-1923):
A Terceira Aliyah aconteceu após a Primeira Guerra Mundial e o estabelecimento do Mandato Britânico sobre a Palestina. Os judeus fugiram da Europa devastada pela guerra e das perseguições antissemitas, aumentando a população judaica na Palestina.
Quarta Aliyah (1924-1929):
A Quarta Aliyah ocorreu após restrições à imigração para os Estados Unidos e outros países ocidentais. Ela trouxe uma nova onda de imigrantes principalmente da Europa Central e Oriental.Quinta Aliyah (1929-1939):
A Quinta Aliyah coincidiu com um período de crescente tensão na região, culminando na Revolta Árabe de 1936-1939. Muitos dos imigrantes desta Aliyah eram refugiados que fugiram do antissemitismo na Europa.
Conflito Árabe-Judeu:
O aumento da população judaica na Palestina através das Aliyahs gerou tensões com a população árabe local. As disputas sobre terras, empregos e representação política levaram a um conflito crescente.
Esse conflito se intensificou com o tempo e culminou em eventos como a Revolta Árabe (1936-1939), que foi uma resposta às demandas judaicas por um Estado judeu. O conflito árabe-judeu continuou e se agravou durante e após a Segunda Guerra Mundial, levando à partição da Palestina pela ONU em 1947 e, finalmente, à declaração de independência de Israel em 1948.
Partilha da Palestina (1947):
A Partilha da Palestina refere-se ao plano proposto pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947, que recomendava a divisão do território da Palestina Mandatada (sob administração britânica) em dois estados distintos: um estado judeu e um estado árabe. Jerusalém, por sua importância religiosa para judeus, cristãos e muçulmanos, seria administrada internacionalmente.
Principais Pontos da Partilha:
Estado Judeu: Compreenderia cerca de 55% da área total da Palestina Mandatada e incluiria regiões com uma maioria judaica. Ele incluiria cidades como Tel Aviv, Haifa e parte de Jerusalém.
Estado Árabe: Compreenderia aproximadamente 45% da área total e incluiria regiões com uma maioria árabe. Ele incluiria cidades como Jaffa, Nazaré e Belém.
Jerusalém Internacional: Jerusalém seria uma zona internacional administrada pelas Nações Unidas, separada dos dois estados. A cidade seria aberta a todos os habitantes, independentemente de sua religião.
Reações e Consequências:
Reações Árabes: Os líderes árabes rejeitaram a partilha e argumentaram que o plano desconsiderava os direitos dos palestinos árabes e concedia uma porção desproporcional de terras aos judeus.
Declaração de Independência de Israel (1948): Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, líder da Agência Judaica, declarou a independência do Estado de Israel. Isto levou ao início da Guerra Árabe-Israelense de 1948-1949.
Deslocamento de Populações: A guerra resultou em deslocamento significativo de populações, com centenas de milhares de árabes palestinos fugindo ou sendo expulsos de áreas controladas por Israel, e um número similar de judeus fugindo ou sendo expulsos de países árabes.
Estabelecimento de Israel: Com a vitória nas primeiras etapas da guerra, Israel expandiu seu território além da porção alocada pela partilha.
A Partilha da Palestina teve repercussões duradouras e é um dos eventos-chave na história do conflito israelo-palestino. Ela continua a influenciar a política e a diplomacia na região até os dias de hoje.
Guerra de Independência (1948-1949):
A Guerra de Independência de Israel, também conhecida como a Primeira Guerra Árabe-Israelense, ocorreu entre 1948 e 1949, imediatamente após a declaração de independência de Israel em 14 de maio de 1948. Foi um conflito complexo e multifacetado envolvendo várias nações árabes e Israel.
Contexto:
Declaração de Independência: Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, líder da Agência Judaica, declarou a independência do Estado de Israel, proclamando o estabelecimento de um Estado judeu independente.
Reações Árabes: A criação de Israel foi recebida com indignação pelos países árabes vizinhos, que se opuseram à partilha da Palestina e à existência de um Estado judeu na região.
Principais Partes Envolvidas:
Israel: Um Estado recém-declarado com uma população diversificada de judeus que haviam imigrado para a região durante as Aliyahs e estabelecido uma força militar chamada Haganah.
Países Árabes: Vários países árabes vizinhos, incluindo Egito, Transjordânia (atual Jordânia), Síria, Líbano e Iraque, se envolveram no conflito, apoiando os palestinos árabes e buscando a anulação da criação de Israel.
Desenvolvimento do Conflito:
Ofensiva Árabe: Após a declaração de independência de Israel, uma coalizão de países árabes lançou uma ofensiva militar para conter a expansão do novo Estado e reverter os ganhos territoriais feitos por Israel.
Combates e Deslocamentos de População: O conflito envolveu batalhas terrestres, aéreas e marítimas, resultando em deslocamento significativo de populações, tanto de judeus quanto de árabes. Muitas cidades e vilarejos mudaram de mãos ao longo do conflito.
Resultados:
Acordos de Armistício (1949): A guerra terminou com uma série de acordos de armistício entre Israel e os países árabes, formalizando as fronteiras entre os Estados envolvidos. Israel manteve um território significativo em comparação com o que lhe havia sido alocado pela Partilha da Palestina.
Refugiados e Deslocados:A guerra resultou em um grande número de refugiados e deslocados, tanto árabes palestinos quanto judeus de países árabes. Essa questão continua a ser um ponto de contenda central no conflito israelo-palestino.
Consolidação de Israel: A Guerra de Independência estabeleceu Israel como um Estado independente e reconhecido internacionalmente. No entanto, o conflito também deixou questões territoriais e políticas não resolvidas, que persistem até hoje.
A Guerra de Independência de Israel marcou o início de um período de intensa turbulência na região e é um evento fundamental na história do Estado de Israel e no conflito israelo-palestino.
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