O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela ordenou a anulação dos resultados das eleições primárias, que ocorreram na semana passada. Essas eleições tinham como objetivo selecionar um candidato da oposição para disputar a presidência contra Nicolás Maduro em 2024.
A reviravolta aconteceu após José Brito, um parlamentar e aliado próximo de Maduro, contestar a legitimidade do processo eleitoral. María Corina Machado, uma política da oposição, havia ganhado as primárias com uma esmagadora maioria de 92% dos votos. O evento teve uma participação de mais de 2,3 milhões de eleitores.
O tribunal também instruiu a Comissão Nacional de Primárias a fornecer informações completas sobre todas as etapas do processo eleitoral. Além disso, uma investigação criminal foi iniciada na última quinta-feira para examinar possíveis fraudes na votação. Entre os investigados estão o presidente e a vice-presidente da comissão organizadora das primárias, acusados de várias irregularidades, incluindo desvio de função e lavagem de dinheiro.
Esta decisão judicial pode ter repercussões internacionais, já que poderia comprometer um acordo recente entre a Venezuela e os Estados Unidos. O acordo previa o levantamento de sanções norte-americanas ao setor petrolífero venezuelano em troca de eleições transparentes e fiscalizadas internacionalmente em 2024.
María Corina Machado, que estava à frente nas pesquisas de intenção de voto, já havia sido proibida pelo governo venezuelano de exercer cargos públicos por 15 anos. Embora isso não tenha afetado sua candidatura nas primárias da oposição, isso a impede de se registrar oficialmente para a eleição presidencial do próximo ano.
Vale lembrar que Nicolás Maduro, no poder desde 2013, foi reeleito em 2018 em um processo eleitoral que muitos, incluindo a oposição e países como os EUA e o Brasil, consideraram fraudulento. A Venezuela tem sido governada por partidos de esquerda desde 1998, quando Hugo Chávez assumiu o poder. Lula diz que o país vive uma "democracia relativa".
No início de outubro, a administração Biden levantou algumas das sanções contra o petróleo venezuelano em troca da promessa de um processo eleitoral mais livre no país. Se o Departamento de Estado dos EUA tem alguma agenda oculta ou se é apenas estúpido, é algo ainda em discussão.
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