Nesta quinta-feira (15), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, referiu-se ao líder argentino, Javier Milei, como “louco” e “bandido”, acusando-o de ter roubado o avião de carga da Venezuela. O avião, pertencente à empresa estatal Conviasa, estava retido em Buenos Aires desde junho de 2022 e foi transferido para os Estados Unidos na última segunda-feira (12).
Durante um evento televisionado, Maduro afirmou que Milei, autoproclamado herói da ultradireita, foi responsável pelo suposto roubo. Ele questionou se Milei estava fingindo ser louco, era verdadeiramente insano ou ambas as coisas ao mesmo tempo.
O avião em questão chegou à Argentina em 6 de junho de 2022, com uma tripulação composta por cinco iranianos e 14 venezuelanos. Inicialmente detidos pela justiça argentina, foram posteriormente liberados por falta de provas relacionadas ao crime de financiamento de atividades terroristas.
A apreensão do avião foi ordenada pela justiça argentina no início do ano, em resposta a uma solicitação do Tribunal para o Distrito de Columbia, feita em outubro de 2022. O tribunal solicitou que as autoridades argentinas confiscassem a aeronave, investigada por possíveis vínculos com o terrorismo internacional.
O governo venezuelano, em comunicado na última segunda-feira, alertou sobre uma “resposta contundente” diante do que chamou de “roubo flagrante”. Acusou um “conluio” entre Washington e Buenos Aires, alegando violação das normas da aeronáutica civil.
A ascensão de Milei ao poder causou uma fratura ideológica nas relações entre Caracas e Buenos Aires, que já haviam enfrentado tensões durante a presidência de Mauricio Macri (2015-2019) e se reduziram durante o mandato de Alberto Fernández, encerrado em dezembro do ano passado. Maduro, em diversas ocasiões, acusou Milei de buscar transformar a Argentina em uma “colônia do capital estrangeiro” e submeter o povo a pacotes neoliberais.
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